A Polícia Federal (PF) deflagrou, na última terça-feira (7), a Operação Última Fase, que investiga uma organização criminosa especializada em fraudar concursos públicos, incluindo o Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024. O esquema, que cobrava até R$ 500 mil por candidato, envolvia membros de uma mesma família de Patos, no interior da Paraíba.
O ex-policial militar Wanderlan Limeira de Sousa, expulso da corporação em 2021, é apontado como um dos líderes da quadrilha. Ele, juntamente com seu irmão e sua sobrinha, foi aprovado para o cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho no CNU, com salário inicial de R$ 22.921,71. Análises dos gabaritos revelaram padrões idênticos de acertos e erros entre os três, indicando possível fraude.
Investigações da PF apontam que o grupo utilizava métodos como acesso antecipado às provas, uso de ponto eletrônico para transmissão de respostas e documentos falsos para substituição de candidatos. Conversas interceptadas entre Larissa Neves, sobrinha de Wanderlan, e seu pai, Antônio Limeira das Neves, indicam que o pagamento de R$ 500 mil pelo gabarito foi discutido, com parte do valor quitada por meio da venda de imóveis, peças de ouro e um veículo.
Além dos membros da família Limeira, outros suspeitos estão sendo investigados, incluindo Luiz Paulo Silva dos Santos, conhecido por fraudar mais de 67 concursos públicos, e Ariosvaldo Lucena de Sousa Júnior, policial militar no Rio Grande do Norte e proprietário de uma clínica odontológica em Patos, suspeito de atuar como intermediário na venda de gabaritos.
A operação resultou na prisão de três pessoas e na apreensão de materiais que comprovam a atuação da organização criminosa. O Ministério Público Federal (MPF) e a PF continuam as investigações para identificar outros envolvidos e responsabilizar os responsáveis por fraudar concursos públicos em diversas regiões do país.
A Defensoria Pública da União (DPU) da Paraíba foi contatada para fornecer informações sobre a defesa dos suspeitos, mas não obteve retorno até o momento.
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