O Greenpeace Brasil passou a utilizar um novo sistema de monitoramento ambiental para rastrear garimpos ilegais na Amazônia. A ferramenta, que combina inteligência via satélite e sobrevoos estratégicos, identificou 542 balsas de garimpo operando de forma irregular no rio Madeira, entre Rondônia e Amazonas.
O levantamento foi realizado em 19 de julho e expôs a intensa atividade em 22 pontos do rio, entre Calama (RO) e Novo Apuranã (AM). As imagens mostram “paredões” de balsas dragando o leito do rio em busca de ouro, muitas delas próximas a áreas protegidas, como a Reserva Extrativista Lago do Cuniã, a Terra Indígena Lago Jauari e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Madeira. Todas as operações são ilegais, já que as licenças anteriores foram suspensas por decisão judicial.
O sistema foi desenvolvido a partir da adaptação de um código originalmente criado para detectar derramamentos de óleo no mar. Reconfigurada pela equipe do Greenpeace, a tecnologia agora serve para mapear a movimentação das balsas garimpeiras e gerar alertas precisos sobre a devastação dos rios amazônicos.
A organização pretende expandir o uso da ferramenta para o Rio Tapajós e o Rio Teles Pires, também fortemente impactados pela atividade ilegal. Além disso, planeja criar um banco de dados público com informações sobre rotas, pontos críticos e evolução dos aglomerados de balsas, ampliando a transparência e fortalecendo a pressão sobre as autoridades.
Todos os dados coletados serão encaminhados ao Ministério Público, Ibama e Polícia Federal, com o objetivo de acelerar medidas de repressão ao crime ambiental. Para o Greenpeace, a integração entre tecnologia, investigação de campo e mobilização da sociedade é essencial para frear o avanço do garimpo ilegal na Amazônia.
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