A Controladoria-Geral da União (CGU) investiga sete servidores públicos suspeitos de enriquecimento ilícito relacionado a descontos fraudulentos aplicados nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A investigação envolve a Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF).
Relatórios de inteligência financeira obtidos pela CGU junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontaram indícios de irregularidades, incluindo recebimentos de valores indevidos e operações financeiras consideradas “anômalas”, com valores incompatíveis com os rendimentos declarados pelos servidores.
Diante dessas constatações, a CGU determinou que os indícios fossem analisados pela Coordenação-Geral de Enfrentamento ao Enriquecimento Ilícito (Coeni). “Infere-se que a existência de operações financeiras anômalas relacionadas aos servidores públicos supracitados, em valores incompatíveis com suas respectivas rendas, assim como as demais constatações apresentadas, tornam necessária a atuação da Coeni para apuração dos fatos mencionados”, afirmou o órgão.
O documento com as análises da CGU foi enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga os descontos irregulares nos benefícios.
Entre os servidores sob suspeita está André Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento do INSS, setor responsável pelos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) que estão sendo investigados. Conforme apontam as apurações, ele teria recebido R$ 5,1 milhões de empresas ligadas a Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, e outras entidades suspeitas de envolvimento nos descontos. Há indícios de que os valores tenham sido recebidos por meio do escritório de advocacia de seu filho, Eric Douglas.
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